[Review Completissimo] Scott Pilgrim Vs. The World: The Game (XBLA/PSN)


Estamos no ano de 2011 e dos anos 80/90 para cá o mundo dos games sofreu uma revolução tremenda, e não digo apenas graficamente. Os games de hoje em dia tornaram-se menos objetivos (Temos vários caminhos à serem percorridos, DLC's, missões extras, etc.) deixando de lado o gameplay retilíneo de antigamente; adentraram-se mais no enredo da série; e principalmente, tornaram-se mais fáceis. Nesta análise recheada de extras vocês verão que Scott Pilgrim Vs. The World: The Game conseguiu unir o que há de bom nos games de hoje com o gameplay e o visual retrô da década de 90.

Visualzinho pouco apelativo, não?

Para começo de conversa: "Quem é Scott Pilgrim e porque eu deveria me importar?"

É com esta frase que o gênio Bryan Lee O'Malley dá início a sua nova Graphic Novel. A série teve um início discreto em Agosto de 2004 e foi ganhando força principalmente em Julho de 2010 graças ao crescimento da cultura retrô. Scott Pilgrim é taxado por muitos como uma leitura alternativa, underground. Justamente por ser uma publicação quase que independente, o que por sinal, não compromete a qualidade da obra.

Scott Pilgrim é um garoto canadense de 23 anos de idade. Aparentemente com uma vida normal, meio folgado, toca baixo numa banda de fundo de garagem formada por mais três amigos, denominan-se os Sex Bob-Omb. Sua vida muda quando conhece a entregadora de livros da Amazon, Ramona Flowers. Apaixonado, ele faz de tudo para manter-se ao lado de Ramona - Inclusive derrotar seus 7 ex-namorados do mal -.

A HQ usa e abusa de referências à games antigos e a cultura nerd/geek em geral, como vocês puderam perceber pelo nome da banda (Bob-Omb, aquela "bombinha" da série Super Mario Bros.) e os "7 ex-namorados do mal (Possível alusão aos 8 Robot Masters/Mavericks/Irregulars da série Rockman/X).

Scott Pilgrim originalmente possui 6 volumes. No Brasil, a Quadrinhos Na Cia lançou três volumes, cada um contendo dois volumes da versão original. A série foi adaptada para os cinemas em 2010.

Algo incomum nessa capa?

Vamos ao que interessa, o game. Scott Pilgrim Vs. The World: The Game é um jogo totalmente diferente de todos os outros que temos hoje. Ele não abusa dos gráficos, não tem grande divulgação, não tem muitos jogadores. Então porque eu deveria jogar? Simples. O game retoma aquela sensação que você tinha ao jogar lado a lado com seus amigos, sacanearem uns aos outros, se divertirem...Enfim, retoma os bons tempos de jogatina.
Assim como outras franquias famosas, Scott Pilgrim segue a linha dos side-scrolling beat 'em up,
no entanto, com algumas modificações new age que aumentam a diversão do game. Existem vários níveis de dificuldade, sendo que o primeiro deles já é bem difícil. O que faz jus ao gênero beat 'em up.

Durante o jogo é possível encontrar lojas que vendem items que recuperam HP ou que aumentam os atributos do seu personagem. No entanto, uma das adições mais legais é o fato do jogador poder emprestar dinheiro para os outros jogadores. Vocês não têm idéia da mendigagem que rola. Sério. Conforme o jogador vai passando de nível (Sim, níveis alcançados com EXP.Points) os atributos do personagem aumentam o jogador começa a notar a aumento de dano causado - que é mostrado na tela -, a diminuição do dano recebido, aumento de HP, etc. Além de aprender novos golpes e tudo mais.

A cara da Kim de quem não conseguiu dinheiro emprestado.

A diversão e a dificuldade aumentam com um maior número de jogadores, mas o melhor disso tudo é o fato de você ter que jogar como antigamente. Sem internet, sem conexão Wireless, sem conexão Wi-Fi. Só você e seus amigos sentados num sofá se divertindo. Tive a chance de jogar com um amigo meu e duas amigas, e vou revelar que não me divertia assim com um videogame desde o meu Dreamcast.

A trilha sonora não poderia ser mais fiel. Composta por músicas especialmente feitas para o game, a banda Anamanaguchi não deixou à desejar.
Composta por quatro membros e um sintetizador no formato de NES a banda de New York é sucesso entre os fãs de game music. Principalmente aqueles que gostam de músicas Chiptune.
Consegue pronunciar o nome da banda três vezes rapidamente? Eu duvido.

Para finalizar, não posso deixar de mencionar o gênio que é o spriter que liderou a arte do game, Paul Robertson. Eu já tinha conhecimento do trabalho dele antes mesmo do game ser anunciado, e devo confessar que o trabalho dele é magnífico! A arte que ele produz está quase sempre relacionada à videogames retrô, no entanto elas podem ser um pouco perturbadoras para alguns, por conterem nudez, violência acentuada, etc. Mas a arte dele continua sendo estupenda! Sem dúvida vale uma busca no Google e no Youtube para conhecer um pouco mais da arte dele e relembrar aqueles gráficos pixelados que tanto nos conquistavam/conquistam.

Tudo meio que brainstorm na cabeça desse cara, não?

É isso, pessoal. Espero que tenham gostado da minha primeira matéria. (:

2 comentários:

  1. ouvi falar muito desse jogo, mas duvido que irei tocar minhas mãos nele por um bom tempo (é horrível não ter o videogame necessário para jogá-lo..)

    é legal saber que o beat-em-up ainda não morreu; claro, existe God of War e Devil May Cry, mas acho que nada se compara ao bom e velho 2D scrolling.

    porém, eu mesmo não sou muito fã da arte do Paul Robertson. O cara sabe fazer animação pra caramba, mas tirando isso, as técnicas dele não são tão boas assim. Vide uso de contornos pretos puros e chapados.

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  2. Sério mesmo? Poxa, que pena. Acho a arte dele o máximo! Dá pra identificar que são dele justamente pelos contornos pretos. (:

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